ARTIGOS PSICANÁLISE I

ARTIGOS PSICANÁLISE I

Deu a louca nas Mulheres

Hospital da Tamarineira, no Recife

A Histeria era a doença que mais acometia as mulheres nas primeiras décadas do século 20 no Brasil.

Não porque elas eram efetivamente Histéricas :

 

uma das características da doença destacada pelos Médicos do então Hospício Nacional de Alienados era o não cumprimento dos deveres de esposa e mãe de família.

Mulheres que preferiam ler romances, estudar e trabalhar fora de casa a cuidar das obrigações domésticas “ descumpriam ” a essência do feminino e, por isso, precisavam de tratamento manicomial.

  Um Médico do Hospício do Rio de Janeiro, chamado Henrique Roxo,

afirmava que as Histéricas eram, em geral, péssimas donas de casa ”, cita a historiadora Priscila Céspede Cupello, pesquisadora da Fiocruz que analisou prontuários do Rio de 1900 a 1910.

A pesquisadora encontrou casos bem emblemáticos, como o da mulher que desenvolveu depressão após a perda do filho e foi levada ao Hospício por não querer mais cuidar da casa, por causa do seu estado melancólico.

Lá também era o destino daquelas que traíam o marido ou eram tidas como promíscuas,que antes tinham de dar explicações na Delegacia de Polícia.

 Fora do Padrão

Naquela época, a loucura feminina estava vinculada a uma quebra de modelos, sejam eles social ou religioso, mas também eram consideradas Histéricas aquelas que fugiam dos padrões de beleza.

As mulheres eram incentivadas a realizar exercícios como danças e ginásticas para fortalecer o corpo e, assim, dar à luz filhos mais saudáveis ”, explica a historiadora Maria Concepta Padovan, pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco que analisou, durante o mestrado, prontuários do Hospital de Alienados Ulysses Pernambucano, conhecido como Hospital da Tamarineira, no Recife.

A feiura era coisa de gente louca, pois se acreditava que a beleza não era inata,precisava ser conquistada a partir da educação física.

No prontuário de uma Paciente de nome Severina constava que

ela tinha sido internada por causa de sua aparência repugnante ”, afirma Maria Concepta Padovan.

A Educação Física, então, proporcionava a “ higiene mentale mulheres com cabelos desarrumados ou com roupa descuidada tinham de ir ao Hospício para se tratar.

No caso de Severina, além de não ter a beleza padrão da época, ela havia contraído uma doença venérea de um amante.

Os dois períodos estudados pelas historiadoras Priscila Céspede Cupello e Maria Concepta Padovan têm em comum a política de ajudar a construir uma nação.

A Medicina se volta para estas mães porque elas precisam cuidar de seus filhos para que se tornem bons cidadãos brasileiros ”, lembra Priscila Céspede Cupello.

 

 Censo apontava população “ defeituosa ”

No Brasil, a loucura começa a ser considerada um problema urbano no século 19, logo após a independência.

Isso porque, para construir uma nação, era preciso civilizar.

Não era mais desejável um lugar habitado em uma situação de epidemia iminente ”, afirma a Historiadora de Cárceres, no Mato Grosso, Rachel Tegon de Pinho.

Ela pesquisou a relação da loucura em Cuiabá.

Uma série de práticas são banidas, como o batuque,

criar porcos no meio da rua ou jogar água suja nas vias ”, diz.

Além disso, em 1890 um grande recenseamento é feito em todas as capitais brasileiras e um dos critérios levantados são os defeitos físicos da população.

É nesta categoria que começam a aparecer os “ alienados ”, “ dementes ” e “ idiotas ”.

As pessoas eram apontadas como loucas pelos próprios vizinhos, chefes de família e por quaisquer funcionários públicos.

 

 Exceção

Nem todas as mulheres que deixaram de se casar ou cuidar da casa foram consideradas loucas.

A historiadora Maria Concepta Padovan lembra que existiram mulheres da classe média que se dedicavam ao Magistério

ou eram visitadoras ( precursoras da Enfermagem ) que foram aceitas pela sociedade.

Costureiras e lavadeiras também eram necessárias ”, lembra Maria Concepta Padovan.

 

 Ressocialização

Muitas mulheres que permaneciam por mais de 10 anos no Hospício, quando recebiam alta médica já não voltavam para a família.

Muitos Médicos escreveram que havia superlotação nos Hospícios e que não sabiam o que fazer com as mulheres que estavam há tempos lá dentro ”, afirma a historiadora

| Gazeta do PovoPollianna Milan |

 

Síndrome de 12 sinais de que você pode estar sofrendo da Burnout

Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, ela tem nos workaholics suas vítimas potenciais

Nestes tempos bicudos, num país que se fosse filme teria como título

Hell in Paradise ”, acho interessante falar de um risco que se torna cada vez mais presente na vida dos administradores: a Síndrome de Burnout.

Numa tradução livre, seria “ Fritou ! ”.

 Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, ela tem nos workaholics suas vítimas potenciais, pois, pela literatura, essas pessoas têm como característica o  desejo de serem as melhores e sempre demonstrar alto grau de desempenho ” e também medem a autoestima pela capacidade de realização e sucesso profissional ”.

 Em minha experiência clínica, a maioria das pessoas com esse perfil teve um pai exigente e com dificuldade de expressar afeto, o que cria na criança a ilusão de que o afeto paterno virá com grande produção ou resultados.

Claro que não existe um número mágico nem na produtividade nem nos ganhos que faça,a partir dali, a pessoa se sentir suprida afetivamente.

Isso só pode acontecer quando temos prazer no que fazemos.

Tem que ser divertido !

Mas o que acontece com nosso personagem ?

O que no início é satisfação e prazer termina quando o reconhecimento por esse desempenho não vem ou não é sentido ( pois baseia-se em uma ilusão ! ).

Nesse momento, ou a pessoa se conscientiza ou, mais comumente, pensa que ainda não fez o suficiente e entra numa fase de obstinação e compulsão, em um processo sempre crescente e que acaba envolvendo e afetando também suas relações pessoais e familiares.

Já disse para muito paciente nesse estágio que querer seguir na neurose é uma escolha dele, mas querer que seus pares, subordinados ou filhos entrem no jogo não é possível – nem justo.

Nas empresas de ponta,onde se busca a cooperação e o trabalho em equipe, ter um membro ou, pior, um líder nesse processo não deve ajudar em nada na execução dos objetivos.

No final, a pessoa passa a sofrer problemas de ordem psicológica, forte desgaste físico, gerando fadiga e exaustão, o que o tira do jogo temporária ou permanentemente.

 

Conclusão ?

No meu primeiro artigo, falei da nossa Análise SWOT interna, feita pelo nosso filtro cognitivo, como processo de avaliar as ameaças e oportunidades que a vida nos proporciona.

As questões emocionais podem gerar erros na nossa SWOT, como esses que resultam na Síndrome de Burnout, que por sua vez pode acabar com uma carreira espetacular.

Como recomendado pela Psicologia, todos os Profissionais precisam de supervisão e estar abertos para ouvir.

Se você acredita que corre esse risco, pelo menos faça uma auto-avaliação, busque um amigo em quem confia e permita que ele lhe diga a verdade.

Reflita atentamente.

Você pode e deve virar esse jogo ! ! !

 Lista da evolução e sintomas da Síndrome de Burnout

 1. Necessidade de se afirmar ou provar ser sempre capaz ;

2. Dedicação intensificada, com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia ( imediatismo ) ;

 3. Descaso com as necessidades pessoais – atividades como comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido ;

4. Recalque de conflitos o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas ;

5. Reinterpretação dos valores – isolamento, fuga dos conflitos.

O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos,e a única medida da autoestima é o trabalho ;

6. Negação do outro – nessa fase os outros são completamente desvalorizados, tidos como incapazes ou com desempenho abaixo do seu.

Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes ;

7. Recolhimento e aversão a reuniões ( antissocialização );

8. Mudanças evidentes de comportamento

- dificuldade de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor  ;

9. Despersonalização – evitar o diálogo e dar prioridade aos e-mails, mensagens, recados, etc .;

10. Vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante ;

11. Depressão marcas de indiferença, desesperança, exaustão.  

A vida perde o sentido ;

12. O esgotamento profissional propriamente dito, que corresponde ao colapso físico e mental.

Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica é uma urgência, com sintomas variados :

Fortes dores de cabeça, tonturas, tremores, muita falta de ar,oscilações de humor, distúrbios do sono, dificuldade de concentração e problemas digestivos.

FREUD  E  O  MOISÉS  DE  MICHELANGELO

No outono de 1913, Sigmund Schlomo Freud passou várias tardes diante da monumental figura de Moisés, esculpido no mármore por Michelangelo como ornamento para túmulo do Papa Julio II.

Diante do Patriarca Hebreu, Freud tomou uma difícil decisão que determinou os rumos da História da PsicAnálise :

Expulsou Carl Gustav Jung do Movimento PsicAnalítico e assumiu a condição de criador e inventor da Prática Clínica e da Teoria do Inconsciente.

Dois artigos demonstram esta decisão :

Moisés de Michelangelo ”, publicado anonimamente, e “ História do Movimento PsicAnalítico ”, ambos publicados em 1914.

 Sigmund Freud   |   Carl Gustav Jung

Desde os tempos de juventude, Freud nutria o desejo de visitar Roma.

No livro ‘ As Cidades de Freud ( Jorge Zahar Editor ), o PsicAnalista Italiano Giancarlo Ricci narrou os itinerários das viagens de Freud a partir de um meticuloso trabalho de pesquisa no conjunto das cartas escritas pelo inventor da PsicAnálise :  

“ Por muitos anos, Freud aproxima-se, ronda, pensa em dar o passo decisivo, mas depois adia.

Estuda os mapas toponomásticos da cidade eterna até a noite, lê livros de Arqueologia e de História.

Mas espera e adia, quase como se Roma constituísse o umbigo de sua aventura.

O que o faz hesitar ?

Só depois da morte do Pai, em 1896, ousa finalmente ir a Roma, símbolo e pretexto de vários desejos ardentemente acalentados.

Durante sete anos suas viagens à Itália resultam labirínticas :

Veneza, Pádua, Florença, Pisa, Livorno, Siena, Orvieto, Trento, Milão ”. 

Chegou finalmente em Roma em setembro de 1901,depois de publicar sua obra fundadora, A Interpretação dos Sonhos :

meu desejo de ir a Roma é profundamente neurótico ”, escreveu ao amigo Fliess.

Roma é para ele o emblema da audácia,uma etapa absolutamente decisiva em sua vida.

Retornou a Roma vária outras vezes, sempre que precisa tomar uma decisão importante.

Moisés de Michelangelo

Freud disse em carta à sua esposa Martha : 

Visito diariamente o Moisés

e acho que poderia escrever umas poucas palavras sobre ele ”. 

O que mais o intrigava era exatamente o fato do quanto essa obra o intrigava :

ao longo de três semanas solitárias de setembro, detive-me diariamente na igreja diante da estátua, estudei-a, medi-a, sondei-a, até que me veio a compreensão que só ousei expressar no papel anonimamente ”.

Nos primeiros parágrafos do artigo, “ Moisés de Michelangelo ” ,

Freud observou :  “ As obras de Arte exercem sobre mim um poderoso efeito, especialmente a literatura e a escultura e ,com menos, freqüência, a pintura.

Isto já me levou a passar um longo tempo contemplando-as, tentando apreendê-las á minha própria maneira, isto é, explicar a mim mesmo a que se deve o seu efeito (…)

Uma inclinação psíquica em mim, racionalista ou talvez analítica, revolta-se contra o fato de  comover-me com uma coisa sem saber porque sou assim afetado e o que é que me afeta.

O Moisés de Michelangelo tornou-se objeto de admiração estética ao longo dos séculos.

É considerado um dos marcos da Arte Renascentista.

Os traços heróicos do Patriarca serviram a muitos debates sobre a intencionalidade do Criador.

A cena bíblica ( Ex 32, 1-24 ) escolhida  para esculpir o Moisés  é  um referencial interpretativo para diferentes autores.

Freud  também se sentiu comovido pela monumental escultura de Michelangelo.

Desde a primeira visita a Roma, ficou fascinado com a Obra.

Nenhuma outra obra de Arte jamais o impressionara tanto.

Nunca deixou de considerá-la atordoante e magnífica.

Moisés arremessando as Tábuas da Lei

Se o objetivo da Interpretação PsicAnalítica era buscar o desejo do Artista através da obra, o artigo “ Moisés de Michelangelo ”, apresentou a seguinte questão :

Qual o momento na vida de Moisés que Michelangelo reproduziu no mármore ?

No livro do Êxodo encontra-se a resposta : 

Foi a descida do Monte Sinai, onde Moisés recebera de Deus as Tábuas, o momento em que o povo havia naquele meio - tempo feito para si um bezerro de ouro e estava dançando em torno dele e rejubilando-se.

Esse é o espetáculo que evoca os sentimentos representados em seu semblante – sentimentos que no instante seguinte se transformará em ação violenta.

Michelangelo escolheu esse último  momento de hesitação, de calma antes da tempestade, para representar o homem Moisés.

No instante seguinte, Moisés se erguerá – seu pé esquerdo já se alçou do solo – arremessará as Tábuas por terra e desencadeará sua cólera sobre o povo infiel.

Detalhe do Olhar do Moisés de Michelangelo

O conflito entre a calma exterior e a emoção interior pode ser analisado pelos olhos ( perplexidade ),  pela postura da mão direita ( ira reprimida ) e a posição do pé ( ação projetada ) que indica o instante em que Moisés vai lançar ao chão as Tábuas da lei recebida no monte Sinai.

O Patriarca Hebreu foi esculpido no instante  que antecede ao ato de levantar-se de arremessar as Tábuas. 

A cena escolhida por Michelangelo simbolizava a própria situação vivida por Freud neste período : O conflito com Jung.

O estado emocional de Freud  encontrou na obra de Michelangelo seu significante :

Irado, levantou-se para denunciar as apropriações indevidas que Jung fez de sua criação :  a PsicAnálise.

Contra o afastamento dos seguidores de sua descoberta original, Freud  assume a defesa de sua obra e ataca com cólera seus desertores.

Freud iniciou seu relato na História do Movimento Psicanalítico ” anunciando : 

A PsicAnálise é criação minha; durante mais de dez anos fui a única pessoa que se interessou por ela, e todo o desagrado que o novo fenômeno despertou em meus contemporâneos desabou sobre a minha cabeça em forma de críticas.

Embora de muito tempo para cá eu tenha deixado de ser o único PsicAnalista existente, acho  justo continuar afirmando que ainda hoje ninguém pode saber melhor do que eu o que é PsicAnálise, em que ela difere de outras formas de investigação da vida mental.

O que deve precisamente ser denominado de PsicAnálise e o que seria melhor chamar de outro nome qualquer ”.

Nesta  afirmação podemos reconhecer as mesmas feições do patriarca Moisés, esculpido por Michelangelo.

O primeiro encontro de Sigmund Schlomo Freud com o Psiquiatra suíço Carl Gustav Jung ocorreu em  Viena em fevereiro de 1907. 

Nele, Freud depositou a esperança de ter um herdeiro para dar continuidade da causa.

No entanto, as posições teóricas de Jung o afastavam cada vez mais da premissa Freudiana :

A sexualidade como fator etiológico das neuroses.

A presença de Jung no Movimento PsicAnalítico crescia.

Ele acompanhou Freud aos Estados Unidos em 1909, onde  expôs pela primeira vez na academia os resultados de seu trabalho.

No segundo congresso da Associação Psicanalítica Internacional ( IPA ),

realizado em março de 1910, Sigmund Schlomo Freud declarou que Zurique era a terra prometida da PsicAnálise e decidiu confiar a um não - judeu, ou seja, a Jung, a direção da organização.

Como presidente da IPA, Jung organizou o Terceiro e o Quarto Congresso.

Neste último, realizado em Munique, em setembro de 1913, os partidários de Freud exigiam que Jung renunciasse a suas funções.

Freud então viajou para Roma a fim de buscar o significante de sua decisão e na volta escreveu a primeira

“ História do Movimento Psicanalítico ” anunciando que a PsicAnálise era uma invenção sua e somente ele poderia dizer o que era ou não próprio ao campo daquilo que ele inaugurou.

22 de abril de 2010 às 15:36  | Psicanálise |

Bem  &  Feliz !!! 

" Estar bem e feliz é uma questão de escolha e não de sorte ou mero acaso.

É estar perto das pessoas que amamos, que nos fazem bem e que nos querem bem.

É saber evitar tudo aquilo que nos incomoda ou faz mal, não hesitando em usar o bom senso, a maturidade obtida com experiências passadas ou mesmo nossa sensibilidade para isso.

É distanciar-se de falsidade, inveja e mentiras.

Evitar sentimentos corrosivos como o rancor, a raiva e as mágoas, que nos tiram noites de sono e em nada afetam as pessoas responsáveis por causá-los.

É valorizar as palavras verdadeiras e os sentimentos sinceros que a nós são destinados.

E saber ignorar, de forma mais fina e elegante possível, aqueles que dizem as coisas da boca para fora ou cujas palavras e caráter nunca valeram um milésimo do tempo que você perdeu ao escutá-las. "

|  Friedrich Nietzsche  |

O que Nos Leva A não ter Fé

 

Uma da razões que nos leva a ter falta de fé, falta de confiança em nós mesmo, são os recalque do passado.

Você pode ter passado por acontecimento traumáticos ou até se incutido em você ideias de que não teria grandes capacidades.

Essas são situações que, mesmo sem termos consciência, nos podem acompanhar durante anos, afetando a nossa existência, consequentemente, os resultados que obtemos na vida !

Devemos no mínimo fazer um esforço introspectivo para saber que acontecimentos do passado podem estar influenciando negativamente a nossa vida.

E uma vez percebidos que acontecimentos são esses, devemos lidar com eles de forma a liberta-nos desse incômodos.

Se alguém tiver lhe feito mal, você vai ter que trabalhar o rancor congelado.

Pois se você continuar a nutrir estes sentimento de raiva,  mágoa ou outro, só vai prejudicar a si mesmo !

Lembre-se do meu adagio : COM – FÉ – SAI !

 |  Sérgio Costa  |

Psicoterapia é fundamental no

tratamento  da  Fibromialgia

A fibromialgia é uma síndrome de dor crônica sem causa aparente, que atinge principalmente articulações e músculos.

As principais vítimas são mulheres entre 35 e 50 anos.

Embora não tenha cura, o problema pode ser controlado de forma eficiente com uma combinação de cuidados.

É recomendado que a pessoa evite carregar peso, desenvolva rotinas para manter a qualidade de sono e procure preservar-se ao máximo de situações que aumentem o estresse.

Mas, na base dessas providências, um dos maiores desafios do paciente com a síndrome é aprender a cuidar de si mesmo, sem permitir que a síndrome se torne o centro de sua existência.

O apoio de vários profissionais é importante, mas para que seja possível a articulação entre as várias experiências, terapêuticas e pessoais, é indispensável que a pessoa tenha um espaço seguro que lhe permita elaborações e construção de sentidos em relação ao que vive.

No processo psicoterápico, deve haver espaço não apenas para tratar da dor, propriamente dita, mas também de conteúdos – medos, angústias, desejos e fantasias – que estão além e aquém dela.

 |  Stephani Sutherland  |

O que faz com que escolhamos aquele

parceiro (a) e não o (a)  outro (a) ?

 

Amamos aquele (a) que carrega um traço, uma marca que persiste e se repete, no primeiro, e, em todos os parceiros (as) sucessivos da nossa história amorosa.

Este traço não é outra coisa senão a nós mesmos - ou a nossa constituição psíquica que carrega os *traços*dos nossos primeiros amores (Pai e Mãe).

O sujeito é o traço comum dos objetos amados e perdidos na sua biografia.

Vamos procurar neste mundo pela vida afora o mesmo amor e cuidado que ganhamos (ou não) na nossa infância.

Então veja só; o amor fálico é uma relação essencialmente fantasiosa com o outro, é uma forma de transferência imaginária como diz Lacan :

“ ... em ti, eu amo mais do que tu (és). ”

Por isso a harmonia (completa) não é possível, pois a gente ama no outro algo a mais (algo que é nosso) que o outro nunca terá.

O sujeito amado é como se fosse um objeto que tomamos de empréstimo, para recobrir os fantasmas que gravitam em torno do nosso mundo imaginário.

Ter conhecimento destes movimentos da pulsão, não é para nos tornarmos amargos e desacreditar na possibilidade de amar, mas pode sim nos ajudar a enxergar *o outro* dentro da nossa condição humana e com menos fantasia.

Só o amor pode condescender ao desejo, ou seja, o amor pode ser superior ao desejo.

Quem sabe o verdadeiro amor seja apenas um calafrio doce, um susto sem perigos, como diz Guimarães Rosa e que possamos encontrá-lo num tempo não de carrilhões, sinos tocando ou foguetes estourando, mas num “tempo de delicadeza” como tão bem canta nosso Chico Buarque.

|  Maria Poesia  | 

 Aos 30 anos, você tem uma depressãozinha ...

... Uma tristeza meio persistente: prescreve-se FLUOXETINA. 

A Fluoxetina dificulta seu sono. Então, prescreve-se CLONAZEPAM, o Rivotril da vida. O Clonazepam o deixa meio bobo ao acordar

e reduz sua memória. Volta ao doutor.

Ele nota que você aumentou de peso. Aí, prescreve SIBUTRAMINA.

A Sibutramina o faz perder uns quilinhos, mas lhe dá uma taquicardia incômoda.

Novo retorno ao doutor. Além da taquicardia, ele nota que você, além da “ batedeira ” no coração, também está com a pressão alta.

Então, prescreve-lhe LOSARTANA e ATENOLOL, este último para reduzir sua taquicardia.

Você já está com 35 anos e toma :

Fluoxetina, Clonazepam, Sibutramina, Losartana e Atenolol.

E, aparentemente adequado, um “ polivitamínicos ” é prescrito.

Como o doutor não entende nada de vitaminas e minerais, manda que você compre um “ Polivitamínico de A a Z ” da vida, que pra muito pouca coisa serve.

Mas, na mídia, Luciano Huck disse que esse é ótimo.

Você acreditou, e comprou. Lamento !

Já se vão R$ 350,00 por mês. Pode pesar no orçamento.

O dinheiro a ser gasto em investimentos e lazer, escorre para o ralo da indústria farmacêutica.

Você começa a ficar nervoso, preocupado e ansioso ( apesar da Fluoxetina e do Clonazepam ), pois as contas não batem no fim do mês. Começa a sentir dor de estômago e azia.

Seu intestino fica “ preso ”.

Vai a outro doutor. Prescrição :

OMEPRAZOL + DOMPERIDONA + LAXANTE “ NATURAL ”.

Os sintomas somem, mas só os sintomas, apesar da “ escangalhação ” que virou sua flora intestinal.

Outras queixas aparecem.

Dentre elas, uma é particularmente perturbadora :

Aos 37 anos, apenas, você não tem mais potência sexual.

Além de estar “brochando” com frequência, tem pouquíssimo esperma e a libido está embaixo dos pés.

Para o doutor da medicina da doença, isso não é problema.

Até manda você escolher o remédio :

SILDANAFIL, TADALAFIL, LODENAFIL ou VARDENAFIL, escolha por pim-pam-pum.

Sua potência melhora, mas, como consequência, esses remédios dão uma tremenda dor de cabeça, palpitação, vermelhidão e coriza.

Não há problema, o doutor aumenta a dose do ATENOLOL

e passa uma NEOSALDINA para você tomar antes do sexo.

Se precisar, instila um “ remedinho ” para seu corrimento nasal, que sobrecarrega seu coração.

Quando tudo parecia solucionado, aos 40 anos, você percebe que seus dentes estão apodrecendo e caindo ( entre nós, é o antidepressivo ).

Tome grana pra gastar com o dentista.

Nessa mesma época, outra constatação :

Sua memória está falhando bem mais que o habitual.

Mais uma vez, para seu doutor, isso não é problema :

GINKGO BILOBA é prescrito.

Nos exames de rotina, sua glicose está em 110 e seu colesterol em 220.

Nas costas da folha de receituário, o doutor prescreve METFORMINA + SINVASTATINA.

“ É para evitar Diabetes e Infarto”, diz o cuidador de sua saúde ( ? ! ).

Aos 40 e poucos anos, você já toma :

FLUOXETINA, CLONAZEPAM, LOSARTANA, ATENOLOL, POLIVITAMÍNICO de A a Z, OMEPRAZOL, DOMPERIDONA, LAXANTE “NATURAL”, SILDENAFIL, VARDENAFIL, LODENAFIL ou TADALAFIL, NEOSALDINA ( ou “Neusa”, como chamam ), GINKGO BILOBA, METFORMINA e SINVASTATINA ( convenhamos, isso está muito longe de ser saudável ! ) .

Mil reais por mês !

E sem saúde !!!

Entretanto, você ainda continua deprimido, cansado e engordando.

O doutor, de novo.

Troca a Fluoxetina por DULOXETINA, um antidepressivo “ mais moderno ”.

Após dois meses você se sente melhor ( ou um pouco “ menos ruim ” ).

Porém, outro contratempo surge :

O novo antidepressivo o faz urinar demoradamente e com jato fraco.

Passa a ser necessário levantar duas vezes à noite para mijar.

Lá se foi seu sono, seu descanso extremamente necessário para sua saúde.

Mas isso é fácil para seu doutor :

Ele prescreve TANSULOSINA, para ajudar na micção, o ato de urinar. Você melhora, realmente, contudo ... não ejacula mais.

Não sai nada !

Vou parar por aqui.

É deprimente.

Isso não é medicina.

Isso não é saúde.

Essa história termina com uma situação cada vez mais comum :

a DERROCADA EM BLOCO da sua saúde.

Você está obeso, sem disposição, com sofrível ereção e memória e concentração deficientes.

Diabético, hipertenso e com suspeita de câncer.

Dentes : nem vou falar.

O peso elevado arrebentou seu joelho ( um doutor cogitou até colocar uma prótese ).

Surge na sua cabeça a ideia maluca de procurar um CIRURGIÃO BARIÁTRICO, para “ reduzir seu estômago ” e um PSICOTERAPEUTA para cuidar de seu juízo destrambelhado é aconselhado.

Sem grana, triste, ansioso, deprimido, pensando em dar fim à sua minguada vida e ... DOENTE, muito doente !

Apesar dos “ remédios ” ( ou por causa deles !! ).

A indústria farmacêutica ?

“ Vai bem, obrigado !”, mais ainda com sua valiosa contribuição por anos ou décadas.

E o seu doutor ? “ Bem, obrigado ! ”, graças à sua doença ( ou à doença plantada passo-a-passo em sua vida ).

|  Dr. Carlos Bayma  |

A Síndrome do Cuidador

A  Síndrome do Cuidador é um transtorno que afeta aquelas pessoas que tem que exercer essa profissão.

Ela se caracteriza pelo agravamento progressivo da sintomatologia negativa.

Isso acontece porque o cuidador, pouco a pouco, transforma sua vida na do doente e os problemas dele nos seus.

Cuidar durante 24 horas de uma pessoa que sofre de alguma doença ou apresenta certo tipo de deficiência gera um peso que é preciso eliminar com momentos de folga, de abandono temporário do trabalho, etc.

É preciso passar de cuidar para ser cuidado.

Tomar conta de alguém implica assumir e desempenhar atividades para as quais, muitas vezes, não estamos preparados e com as quais precisamos nos acostumar.

Esta responsabilidade pode, com o tempo, se transformar num transtorno, já que, segundo alguns especialistas,  esta síndrome se desenvolve   conforme   o   cuidador  vai  assumindo  tarefas ( alimentação, medicação, higiene, etc. ) que implicam estar 100% responsável por alguém, o que leva a uma enorme consequência física e psicológica.

A responsabilidade de cuidar do paciente exige uma dedicação quase, restando pouco tempo para se dedicar a outras atividades pessoais e sociais.

Esta atenção contínua gera um esgotamento no cuidador, mas também gera angústia e um sentimento de culpa quando ele não está cuidando do paciente.

Isso pode acarretar em ansiedade, depressão, isolamento, transtornos de sono e, acima de tudo, cansaço físico e psíquico.

A Vida do cuidador muda por completo.

Quando uma pessoa exerce o trabalho de cuidar de alguém,

sua vida muda completamente.

O tempo que ela tinha para se dedicar a si mesma é incrivelmente reduzido, afetando suas relações pessoais e sociais.

Seu estado de ânimo muda, tornando-se mais suscetível a alterações e facilmente irritável.

Longe de ajudar, isso tudo prejudica tanto o cuidador quanto o paciente.

O segredo está em detectar a aparecimento dessa síndrome e preveni-la.

Assumir a tarefa de cuidar de alguém implica em se dedicar completamente a ela.

Não precisamos somente adquirir capacidades

para os cuidados médicos do paciente, mas também nos organizarmos e dividirmos as tarefas com outras pessoas, para evitar a sobrecarga de funções e, portanto, a  ansiedade.

Outro aspecto fundamental e que os especialistas enfatizam bastante é que é preciso que o cuidador evite, de todas as maneiras possíveis, anular sua vida social.

É importante continuar apreciando algumas horas de lazer e de tempo livre, para se desconectar um pouco da dura tarefa que exerce.

Isto repercute positivamente no humor do cuidador e, portanto, será mais fácil para ele assumir o trabalho.

Quando a experiência de cuidar de uma outra pessoa se estende por muito tempo, uma das opções mais recomendadas é tentar procurar apoios e recursos externos para dar conta desta complicada situação.

Nem sempre essa alternativa está disposição do cuidador, mas é necessário tentar pedir ajuda para evitar piorar os transtornos emocionais acarretados por este trabalho.

O cuidador precisa encontrar momentos para cuidar de si mesmo, ou para que outras pessoas cuidem dele.

Isso é muito importante.

Caso não seja assim, aqueles que realizam esse belíssimo trabalho também acabarão doentes.

Devemos, então, cuidar do cuidador.

Aquele que cuida é, também, aquele que merece mais cuidados.

20 coisas para lembrar-se

se você ama uma pessoa com Depressão

Segundo a Organização Mundial da Saúde, existem mais de 350 milhões de pessoas no mundo com depressão.

Tendo como base essa estatística impressionante, é altamente provável que todos nós, em algum momento de nossas vidas, tenhamos um contato próximo com alguém que sofre de depressão, sejam nossos amigos, família, colegas de trabalho, e até mesmo chefes- alguém muito próximo de nós precisará de nossa compreensão.

Em minha experiência como psicoterapeuta os anos de trabalho me mostraram que um dos aspectos mais devastadores para quem lida com a depressão é ter que conviver com o estigma e com as críticas negativas que vem das pessoas próximas.

Esses pessoas, na maioria das vezes, nem mesmo percebem o quanto seus comportamentos e comentários são negativos e prejudiciais e fazem com que o doente de depressão se sinta ainda pior.

Com isto em mente, apresento 20 coisas simples para nos lembrarmos quando formos interagir com aqueles que lutam contra a depressão.

Qualquer um destes pontos não só pode ajudar diminuindo o estigma em torno da depressão, mas também pode ajudar o indivíduo a lidar com a doença em seu dia a dia.

 1.  A depressão pode agir como fortalecedora de caráter

Em uma recente conversa TEDx, o psiquiatra e filósofo, Dr. Neel Burton explicou que a depressão pode representar um mergulho mais profundo no significado e importância da vida.

Uma pessoa que experimenta a depressão pode ser entendida como trabalhando para dar sentido e aprimorar a vida.

Além disso, a depressão pode ser uma maneira de preparar um futuro melhor e ainda mais saudável tanto para nós quanto para aqueles que nos rodeiam.

Dr. Burton continua a mencionar que algumas das pessoas mais influentes e inspiradoras da história lidaram com a com a depressão ao longo de suas vidas, tais como, Abraham Lincoln e Winston Churchill.

Sua busca pela paz e felicidade guiava seus corações e mentes para o poço da depressão, mas essa inquietação os auxiliou na mudança do curso da história.

É preciso imensa vontade e transparência para reconhecer e lidar com a presença da depressão, mas também é possível que ela seja um grande impulsionador para que as pessoas criem respostas nos momentos mais sombrios de suas vidas.

Em conclusão, a depressão pode levar as pessoas para os bosques profundos de suas alma, mas também pode ajudá-las a limpar as ervas daninhas desnecessárias e os arbustos que podem estar se escondendo a beleza da vida. 

 2.  Pessoas com depressão precisam de mais companhia e gostam quando são procuradas por amigos e outras pessoas queridas.

Uma teoria que cresce sobre a raiz da depressão em nossa sociedade é a falta de relações sociais em nossas comunidades e até mesmo em nossas famílias como desencadeantes ou mesmo potencializadoras da doença.

Há uma dose constante de vazio e desconexão em nossas interações cotidianas, devido ao excesso de trabalho, televisão e tecnologia.

As pessoas que desenvolvem depressão precisam de mais contato, mais amigos, mais pessoas chegando até elas, não o contrário.

Mesmo que haja um forte desejo por parte da pessoa doente pela solidão , é necessário quebrar esse ciclo.

Amigos, vizinhos e pessoas próximas devem se aproximar para ver como estão as coisas, estimular e fazer um pouco de companhia.

Na próxima vez que você se lembrar de alguém que está passando por um estado depressivo, pense em um ato agradável, atraente e amigável que pode fazer, em vez de escolher ficar longe.

Considere seus entes queridos e amigos que estão passando pela depressão como pessoas que estão precisando de você e de sua presença mais do que nunca.

Família e comunidade são remédios naturais para a depressão.

Vamos começar a usá-los com mais frequência e como um excelente complemento no tratamento.

Madre Teresa faz uma colocação muito pertinente e que pode ser lembrada nesse contexto :

“ A mais terrível pobreza é a solidão e o sentimento de não ser amado. ”

 3.  A pessoa doente não tem intenção de sobrecarregar ninguém

Uma característica comum de pessoas que estão lidando com a depressão é que elas estão conscientes de si mesmos, de seus pensamentos, seus sentimentos e do comportamento dos outros em relação a elas.

O peso que a depressão pode trazer sobre uma pessoa é suficiente para enterrá-la por um dia – e o julgamento de pessoas ao seu redor não está na lista de afazeres.

Apenas um indivíduo deprimido entende o quão difícil pode ser esconder seus sentimentos e pensamentos de outras pessoas para evitar julgamentos e outras situações constrangedoras.

Infelizmente, as pessoas que lutam contra a depressão podem optar pela solidão, porque elas não querem afetar ninguém negativamente.

Embora isto possa não ser sempre o caso, entes queridos deprimidos desejam gerenciar sua depressão e para isso podem tentar não afetar as pessoas próximas.

Esta pode ser uma situação paradoxal, porque estar sozinho pode realmente agravar os sintomas de depressão.

A depressão pode fazer com que a pessoa se sinta como se ela fosse um fardo para o mundo, especialmente para aqueles que a rodeiam.

Elas não estão em busca de atenção.

É um entendimento valioso reconhecer que administrar a depressão é o objetivo mais importante de um indivíduo deprimido,

não causando qualquer  quaisquer ônus ou dor aos próximos.

Se acontecer de eles te machucarem ou ofenderem, lembre-se que eles não são o inimigo – a depressão é o verdadeiro inimigo.

Diga a pessoa deprimida que você a aceita, incondicionalmente, e a lembre de  todas as características positivas que você ama nela.

 4.  Uma pessoa com depressão não está “ quebrada ” ou com defeito

O corpo humano é uma máquina complexa. Ainda mais complexo é o cérebro humano, suas estruturas e funções.

Embora a causa de algumas formas de depressão não sejam totalmente conhecidas ou compreendidas, muitos de nós fazemos a suposição de que um indivíduo deprimido está com defeito ou falha em seu funcionamento.

O valor de uma pessoa não está correlacionado com o diagnóstico de depressão.

A depressão pode acontecer na vida de uma pessoa, por muitas razões e a ciência está longe de respostas definitivas.

A coisa mais útil que você pode fazer para ajudar é continuar a valorizar o indivíduo deprimido e olhá-lo como um todo,  como uma pessoa valiosa.

 5.  Eles são filósofos naturais

Indivíduos que vivem uma depressão têm muitas perguntas e opiniões sobre a vida, sobre a felicidade e sobre a sua importância no mundo.

A depressão tem um jeito engraçado de tornar a perspectiva da pessoa

mais ampla e inclusiva.

Os indivíduos deprimidos gostariam de fazer do mundo um lugar melhor e mais justo.

Eles gostariam de ter respostas para todos os desafios da vida e,

em seguida, gostariam de compartilhar o conhecimento com tantas pessoas quanto possível.

Às vezes, essa curiosidade pode ser uma inimiga, uma vez que irá criar mais perguntas do que há respostas.

Nunca se esqueça de reconhecer que os indivíduos deprimidos são inteligentes, curiosos e criativos.

Este é um ponto positivo, não negativo.

 6.  Eles estão lutando arduamente contra a depressão e

aprecisam de apoio

Na maior luta de suas vidas, os indivíduos deprimidos precisam de líderes de torcida, não de intimidadores.

É nos momentos mais sombrios que os amigos podem se tornar os anjos e os anjos se tornaram salva-vidas – literalmente.

Você terá uma escolha em algum momento de sua vida para ser um salva-vidas ou um ceifador de esperanças.

Seja um salva-vidas.

Dê o presente da aceitação, ajuda, incentivo e presença.

 7.  Eles gostam de ter oportunidades de diversão e risos

O que é o oposto da depressão ?

É um fenômeno científico provado que o riso é bom para a alma e para a mente.

Os indivíduos deprimidos funcionam da mesma maneira.

 8.  Eles são sensíveis aos sentimentos e ações de outras pessoas

Os indivíduos deprimidos cuidam – e eles se preocupam muito.

Eles se preocupam sobre como você se sente, sobre como você os vê, sobre como você se vê e sobre o que os outros precisam.

Pode ser que eles se preocupem até demais !

Algumas das pessoas mais carinhosas que eu já conheci são pessoas que sofrem de algum tipo de depressão.

Deixe-os saber o que você precisa e o que você não precisa.

Estabeleça limites claros e seja carinhoso e atencioso.

Não há nada melhor do que um relacionamento sólido com base em uma comunicação saudável e com  limites.

 9.  Eles devem ser tratados com respeito

Há um estigma negativo vindo da sociedade e ligado a lidar com a depressão.

O respeito é muito mais um valor do que um ato.

Respeito envolve ver além do indivíduo deprimido e enxergar a pessoa inteira.

A depressão tem a capacidade de mascarar muitas qualidades positivas

e verdadeiramente notáveis de uma pessoa.

Não deixe que a depressão te engane ou engane a quem você ama.

Comemore o que você não vê inicialmente, buscando a bondade das pessoas que sofrem com esta doença difícil.

 10.  Eles devem ser tratados como qualquer outra pessoa

Às vezes, apenas viver uma rotina com o máximo de normalidade possível pode trazer um tal impulso no tratamento que pode servir como um grande coadjuvante no tratamento para a depressão.

 11.  Eles têm talentos e interesses

Todos nós temos talentos e habilidades.

Seus entes queridos que estão deprimidos adorariam fazer algo.

E adivinha ?

Eles provavelmente podem fazê-lo muito, muito bem !

Se você não sabe o que é, então, você acabou de encontrar a sua próxima missão.

Vá descobrir.

Ajude-os a encontrar a sua verdadeira paixão.

Procure maneiras de alimentar e aprimorar essa paixão e, finalmente,

apagar essa identidade negativa que vem com a luta contra a depressão.

 12.  Eles são totalmente capazes de dar e receber amor

Todo ser humano na Terra é capaz de dar e receber amor.

E, você adivinhou !

Seus entes queridos deprimidos não são diferentes.

Dê e você receberá.

Trate os outros como você gostaria de ser tratado.

Não importa que alguém está lutando contra a depressão.

A capacidade de amar ainda existe.

Ela ainda está lá! Estenda a mão para ela.

Você vai encontrar muito mais amor do que você imaginou que pudesse haver por lá.

Lembre-se que nas janelas de alívio dos sintomas da depressão, pode haver episódios maravilhosos de notável alegria, risos e comunhão.

Você deve contar com elas e esperar que elas apareçam estando pronto para agir.

 13.  Eles adoram aprender sobre como funciona a vida

Em busca de maneiras de aliviar sua depressão, os indivíduos podem se tornar solucionadores de problemas naturais.

Não se surpreenda se eles se tornarem leitores ou aprendizes vorazes.

Não se surpreenda se eles fizerem perguntas que não podem ser respondidas rapidamente.

Muitos dos líderes e pioneiros do mundo foram levados por uma análise profunda, pensamentos profundos e crenças e valores profundos, mas fortemente enraizados.

Às vezes, simplesmente devemos permitir que as nossas perguntas venham à tona.

 14.  Eles não planejam perder a luta contra a depressão

A luta contra a depressão pode acontecer ao longo de toda uma vida, ou pode acontecer em um episódio isolado.

Independentemente disso, uma luta é aquela que sempre precisa ser vencida.

A pergunta sempre é : quando vou conseguir sair desta depressão e como posso acelerar isso um pouco ?

O plano é ganhar contra a depressão.

O objetivo é não se afundar em auto-piedade.

De extrema importância é lembrar que a depressão é tratável e há muitos, muitos recursos para ajudar.

Um dos primeiros passos na luta contra a depressão é reconhecer a sua presença.

Ao reconhecer a sua presença, você pode começar a tratá-la.

Muitas vezes, uma pessoa em negação vai gastar inúmeras quantidades de energia escondendo sua depressão, ou tentando lidar com isso através de sua própria vontade.

 15.  Eles podem se sentir tristes, sem razão aparente,

apenas esteja com eles

O humor pode ser volátil e instável e ele não é algo que é facilmente controlado como um interruptor ou uma alavanca.

Seus entes queridos estão tentando muito, mas é muito difícil ser feliz, agradável e envolvente quando o humor varia pelo lado oposto.

Eles precisam de você por perto.

Literalmente.

Basta sentar-se com eles e ler um livro juntos, assistir a uma comédia, ou fazer um pequeno passeio até a loja de café local para uma pequena distração.

Nenhum psicólogo é necessário nesse ponto, a relação acontece entre vocês, apenas a sua presença e aceitação são grande diferenciais.

 16.  Eles podem não ter tanta energia quanto eles gostariam de ter

Um dos sintomas da depressão é a fadiga ou a falta de energia.

Um dos antidepressivos mais eficazes que tem sido reconhecido pelas pesquisas é o exercício.

Eu imagino que você talvez já tenha ouvido falar dessa recomendação antes, mas deixe-me ser um pouco mais específico.

O tipo e a duração do exercício pode variar, mas o mínimo necessário para se sentir um efeito antidepressivo é fazendo uma caminhada rápida pelo menos três vezes por semana durante 30 minutos de cada vez.

 17.  Podem parecer irritáveis às vezes

– mas você não deve levar nada disso para o lado pessoal.

Irritabilidade é outro sintoma de depressão, embora não haja nenhuma desculpa para tratar as pessoas de maneira desrespeitosa.

Por isso é importante que exista uma expectativa quanto a um padrão mínimo que você espera de alguém.

Um limite pode ser pensado como uma expectativa do que é ajustado, a fim de manter uma relação harmoniosa.

Se um indivíduo deprimido ferir seus sentimentos, de alguma forma, não há problema em dizer-lhes isso.

Basta deixar que a pessoa amada saiba como você está se sentindo.

Além disso, se o seu ente querido deprimido não está disposto a ouvir, tente novamente mais tarde quando as emoções estiverem mais equilibradas.

Deixe-os saber que você os ama, mas que você também ama a si mesmo.

 18.  Eles não querem ouvir verbos como “deveria”.

Como em “ Você deveria sair mais com seus amigos ”

Se houver uma kriptonita para indivíduos deprimidos, é esta – o “ deveria ”.

Os indivíduos deprimidos já têm um profundo e arraigado sentimento de “ dever ”.

No  caso  de  você  não  saber  o  que  é  um  “ dever ”,   é  uma declaração de que tem um “ sentimento de obrigação ” inserido dentro de si.

Por exemplo, você “ deve ” sair e se exercitar mais. 

Se eu fosse você, eu faria x, y e z.

Uma postura como essa pressupõe que o indivíduo deprimido não tem uma mente e vontade própria  e a pessoa que faz essas declarações assume uma atitude paternalista.

E, entes queridos deprimidos não precisam de um pai dizendo o que eles “ deveriam ” fazer.

Em vez disso, opte por fazer perguntas abertas e que deem a pessoa a oportunidade de refletir e tomar suas próprias decisões.

 19.  Eles precisam de muito apoio familiar e incentivo

Há um grande poder na utilização de um relacionamento como uma ferramenta para ajudar os indivíduos deprimidos a aprenderem sobre si mesmos.

Uma das melhores maneiras de fazer a diferença na vida de uma pessoa deprimida é deixar que ela saiba que você está lá com ela. 

Isso é algo que tem de ser comunicado diretamente, cara a cara.

Algo que deve ser considerado também é a maneira como você mostrar

o seu apoio e encorajamento.

Aqui está uma pequena lista de recomendações :

– Dê um pequeno elogio sincero.

– Observe os pontos fortes e positivos da pessoa querida que está doente.

– Inclua essa pessoa em seus eventos ou planos.

– Remova as palavras “ deveria ” da relação.

– Respeite seus sentimentos e pensamentos, mas use perguntas abertas, tanto quanto possível.

 20.  Eles precisam de reforço positivo mais do que críticas

Em qualquer relacionamento, destaque sempre os ganhos positivos e os comemore.

Isso ajuda a aumentar a chance de repetição do comportamento desejado.

Por outro lado, ser o destinatário de reforço positivo gera um sentimento maravilhoso.

Mesmo no local de trabalho, quando recebemos elogios e reconhecimento pelo nosso trabalho e esforços, aumentamos a nossa produtividade e nossa dedicação ao que fazemos.

A pessoa querida sempre receberá um reforço em sua autoestima

quando você decidir usar um reforço positivo.

|  Chistian  Maciel  |

Seis Transtornos com nomes inspirados em Personagens da Literatura

Caso personagens da literatura fossem parar no divã, suas histórias certamente intrigariam qualquer Psiquiatra.

Para além de aventuras e desventuras vividas nas páginas, estas personas literárias estão cheias de entrelinhas, conflitos, nuances e contradições.

Não por acaso, o mundo literário se confunde com o mundo real no momento do diagnóstico :

 

Síndrome de Alice no País das Maravilhas

Não é preciso seguir o coelho branco para visitar o estranho País das Maravilhas

– para algumas pessoas, essa “ viagem ” faz parte do dia a dia.

Em 1955, o Psiquiatra J. Todd descreveu esta condição neurológica que comprometeos sentidos e a percepção, e tem efeitos que muito se assemelham às experiências da personagem do escritor Lewis Carroll.

No livro, de 1865, Alice cresce e encolhe com ajuda de alguns alimentos e bebidas que encontra pelo seu caminho.

É assim que os afetados pela síndrome se sentem :

O doente fica confuso em relação ao tamanho e forma do próprio corpo, sentindo que está aumentando ou diminuindo de tamanho, por exemplo.

A confusão também se dá quanto aos formatos e dimensões dos objetos ao seu redor.

Síndrome de Peter Pan


Garotão

Em 1911, J.M. Barrie nos levou em um passeio pela Terra do Nunca, lar encantado de Capitão Gancho, de Sininho, dos Garotos Perdidos e, claro, de Peter Pan,o menino que não queria crescer.

Não por acaso, é deste garoto levado que a psicologia pegou emprestado o nome para a condição descrita e popularizada pelo escritor Dr. Dan Kiley.

A Síndrome de Peter Pan descreve adultos que nunca conseguiram dar adeus à infância.

“ Ele é um homem devido a sua idade e um garoto por seus atos ”, descreve Kiley em livro publicado em 1983.

Considerada uma Psicopatologia, a condição ainda não foi incluída na lista de distúrbios da Organização Mundial da Saúde.

 Síndrome de Rapunzel


Rapunzel é a heroína do conto escrito pelos Irmãos Grimm e publicado em 1812.

Inconfundível, a jovem princesa, aprisionada em uma torre sem portas ou escadas, possui loooongos e belos cabelos dourados.

Como você pode imaginar, as madeixas também são uma parte importante da rara síndrome de mesmo nome, descrita em 1968.

A Síndrome de Rapunzel está ligada à tricotilomania, transtorno que torna irresistível a vontade de arrancar os próprios cabelos e muitas vezes está associado também à tricofagia :

A compulsão pela ingestão destes fios.

O problema se agrava porque o corpo humano não é capaz de digerir o cabelo, que pode acabar se acumulando entre o estômago e o intestino delgado.

Caso essa grande massa vá crescendo até chegar até o intestino delgado, acaba o obstruindo, tornando necessária sua remoção cirúrgica.

 Síndrome de Dorian Gray

Forever young

Obcecado com sua aparência, Dorian Gray, o perturbado e narcisista personagem criado por Oscar Wilde, faz escolhas impensáveis para manter sua juventude eterna.

O Retrato de Dorian Gray, publicado em 1890, inspirou a descrição da condição que aflige àqueles que também não lidam nada bem com a ideia do envelhecimento.

Ainda não incluída no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, a Síndrome descrita no International Journal of Clinical Pharmacology and Therapeutics, em 2001, aponta uma das mais comuns

“ fontes da juventude eterna ” procuradas pelos afligidos pela condição :

Cirurgias plásticas e drogas milagrosas que prometem esconder a passagem dos anos.

 
Síndrome de Huckleberry Finn

Huck não teve uma infância feliz.

O garoto, personagem de As Aventuras de Huckleberry Finn, livro escrito por Mark Twain em 1884, nunca conheceu sua mãe e era constantemente abandonado por seu pai.

Ao invés de ir para escola, Huck cabulava aulas e fugia de qualquer obrigação.

E, segundo estudos, este tipo de comportamento na infância pode ter impactos ao longo da vida.

Vem daí o nome da Síndrome de Huckleberry Finn,

que faz uma ligação entre a infância problemática e atitudes erráticas na vida adulta

– como a instabilidade profissional, por exemplo.

Segundo o Steadman’s Medical Eponyms, a condição seria despertada por sentimentos de rejeição.

 Síndrome  de  Otelo

Tragédia com C maiúsculo

( New York Shakespeare Festival, 1964 via Theater in Park )

O ciúme pode mesmo ser uma doença.

O sentimento angustiante tem uma explicação clínica – é causado pelo medo da perda de um objeto amado.

Até aí, tudo bem. Mas, quando o ciúme passa a gerar perturbações e sofrimentos sérios, deixa de ser considerado normal.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quem sofre do Transtorno Delirante Paranóico do tipo ciumento tem convicção, sem motivo justo ou evidente, de que está sendo traído pelo cônjuge ou parceiro.

O ciúme patológico e delirante se enquadra na Síndrome de Otelo, cujo nome remete à obra escrita por William Shakespeare em 1603.

Em Otelo, o Mouro de Veneza, o personagem-título é devorado pelas suspeitas infundadas de que sua esposa, Desdêmona, estaria o traindo.

|  Jornal da Pediatria ; BPS ; National Medical Association  |